terça-feira, 30 de junho de 2015

Lagoa do Carro

Lagoa do Carro, a "Terra dos Tapetes", é um Município da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Fica a cerca de 61 km do Recife. Antes de chegar na cidade, passamos por Paudalho e Carpina, na BR 408. A cidade é relativamente pequena, mas está crescendo.
Ao chegar,procuramos logo a antiga Estação Ferroviária. A linha que seguia de Carpina até Bom Jardim foi desativada em meados dos anos 60 do Século XX, e não existem mais trilhos, mas a edificação, que atualmente é uma residência e ao que parece, um restaurante, está bem conservada.
Antiga Estação Ferroviária
O espaço do antigo pátio ferroviário e a localização da Estação poderiam ser melhor utilizados, como um espaço cultural, museu ou até mesmo um restaurante temático que mantivesse as lembranças da outrora época próspera das ferrovias em Pernambuco.
Observamos poucos imóveis com características originais de época, poucos mesmo. Mas a cidade nos pareceu limpa e organizada.
Em razão de ser dia de Feira Livre, o acesso ao centro ficou limitado, mas procuramos registrar imagens do que de mais interessante encontrávamos.
Praça Manoel Barbosa de Souza; Casa Verde próxima à antiga Estação.
Um dos locais interessantes é a Praça Manoel Barbosa. Nela se instalam os parques de diversões e é onde ocorrem alguns dos festejos da cidade. É limpa, espaçosa e possui belas Palmeiras Imperiais, além de uma charmosa fonte.
A Lagoa; Igreja de Santana
O curioso nome do Município originou-se devido um naufrágio, de um carro de boi carregado de tijolos, na Lagoa, Conta-se que após esse acontecimento o povo não dizia mais "vamos à Terra de Santana", mas sim à "Lagoa do Carro".
Parte da lagoa é urbanizada, mas só parte. Não é possível dar à volta nela, pois em grande parte as casas chegam até o seu leito. Uma pena.
No centro da Lagoa um Cristo Redentor de braços abertos aos moradores e visitantes, saúda a abundância de água ao seu redor.​
Museu da Cachaça
Além da produção de tapeçaria, Lagoa do Carro é famosa por abrigar a maior coleção de Cachaças do mundo, reconhecida no Guinnes Book, expostas no Museu da Cachaça.
Na rodovia, muitas placas sinalizam a localização do Museu. Fica a cerca de 1 km do centro de Lagoa do Carro, em um local conhecido como Chácara Girassol. Lá o visitante paga uma taxa de visitação, cerca de R$ 4,00, e tem um guia que conta um pouco da História da Coleção do Seu José Moisés de Moura.
Curiosamente, o Seu José não bebe e começou a colecionar porque achava os rótulos bonitos, o que de fato temos de concordar, há muitos rótulos bonitos e outros até engraçados.
O Museu possui um acervo de cachaças antigas, atuais, de Pernambuco e outros estados, e até do exterior.
Também há um espaço com elementos para fabricação de cachaça, doados pela Pitú, de Vitória de Santo. Antão. 
Vale a pena tirar uma foto com o Ébrio, com o Papudinho e na Barraca da Cabocla, bonecos que representam o "meio-ambiente" dos "pinguços".
A visita finaliza no Bar do Papudinho, onde o visitante pode degustar as mais diversas arcas de cachaça, sentado nos bancos que são celas usadas pelos vaqueiros. Também é possível adquirir algumas boas marcas de cachaça no local.

Histórico de Lagoa do Carro:

Os colonizadores da Capitania de Itamaracá, principalmente aqueles que fixaram residência no valor do Rio Tracunhaém, foram os primeiros a desenvolverem, as matas sombrias em busca de Rincões, para a agricultura de subsistências.​
Madeireiros seguia rio acima na mesma trilha em busca dos cobiçados sítios, naquela época a interiorização, as matas litorâneas foram sendo desmatadas, iam-se implantando nas matas e vales dos rios a atividades canavieira esquecera-se aos poucos o comércio do Pau-Brasil na época nem todo o colono dispunha de recursos para implantação de engenho daí surgi o pastoreio desenvolvendo-se ao lado da agricultura e da pecuária bem como o surgimento do vaqueiro, do caboclo, sobressaindo-se também a atividade madeireira necessários a confecção de caixa para o embarque de açúcar bruto feitos em nossos engenhos, devemos lembrar que os desbravadores destas paragens, foram os colonizadores da Capitania de Itamaracá que notadamente se fixaram as margens do Rio Tracunhaém nota-se ligeiramente que Lagoa do Carro teve sua ocupação oriunda dos rios Capibaribe e Tracunhaém, rota dos caminhos dos Desbravadores.
Acreditamos que até Lagoa do Carro, data de aproximadamente 1630, havia visto a invasão flamenga naquela época fato que contribuiu, para arrefecer o surto colonizador, que procurou outros sítios para cultivo, bem como negros que durante a invasão flamenga a capitania arribou para as ribeirinhas do Tracunhaém, formando a tribo panelas de formiga.
Em 1699 Lagoa do Carro estava englobada nas cincos léguas de terras, conhecidas como Matas do Brasil, comprada por Diego Coelho Romero, a Gregório de Matos Pereira, em 20 de março 1669.

Nos meados do século XVIII 1670, já existia o engenho Terra Vermelha, que ficava próximo a Oiteiro e também da Lagoa do Carro primeiro nome dado a nossa terra. Na época Lagoa do Carro era patrimônio do real Colégio Jesuíta de Olinda nele já existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Soledade.
Fonte: Prefeitura Municipal