quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Pesqueira

Pesqueira é uma das maiores cidades da Região Agreste de Pernambuco. .Fica às margens da rodovia BR-232 e  à cerca de 215 km do Recife.
É famosa pela aparição de Nossa Senhora, por ter abrigado as então grandiosas fábricas Rosa e Peixe, pelo carnaval dos Caiporas e pelo Castelo.
Rodovia PE-219; Igreja de N. Sra. das Montanhas; Açougue Municipal e casario.
Nossa visita começou pelo começo, ou seja, fomos conhecer primeiro a antiga sede do município, o atual Distrito de Cimbres.
Para chegar em Cimbres, é necessário sair da BR-232 e seguir 21 km pela PE-219. A rodovia é estreita e repleta de curvas sobre a serra, mas o caminho é muito bonito, atravessando algumas regiões de mata.
Cimbres nasceu como Freguesia de Nossa Senhora das Montanhas de Monte Alegre. Há controvérsias acerca da época de seu surgimento, se em 1692 ou em 1762.
Vila de Cimbres
Cimbres é um povoado simples e silencioso. A bela e imponente Igreja parece olhar para toda a vila e as casas conservam, em grande parte, suas fachadas originais.
Um dos resquícios da época em que era a sede do Município é o imóvel com a inscrição "Açougue Municipal", em sua fachada.
Também encontramos o imóvel onde morou o Padre Rafael de Meira Lima, Vigário que chegou à Freguesia de Cimbres em 1922 e foi o primeiro a descrever o "Toré", dança religiosa dos índios Xucurus.
Aproveitamos para citar no texto do abade Pedro Roeser O.S.B.iii, em 1922, transcrito na Revista do Instituto Arqueológico de Pernambuco, 
"O Revmo. Vigário da freguesia de Cimbres, pe. Rafael de Meira Lima, teve a bondade de nos referir sobre os caboclos de Cimbres o seguinte: -Estes índios conservam a tradição de uma dança religiosa, chamada toré, a qual eles executam todos os anos, na vila, às vésperas de S. João e de S. Pedro. Apresentam-se vestidos com um enfeite de palha e ramos, trazendo a mais uma cana-de-açúcar nos ombros. Assim passam uma noite com uma dança monótona, repetindo a mesma cantiga, acompanhada ao som de dois ou três pífanos. Eles, não há dúvida, dão ou pretendem dar tais divertimentos como uma cerimônia religiosa, tanto mais que há quem faça promessa para dançar o toré, em honra de N. Sra. das Montanhas, a quem eles têm muita devoção. Dizem eles que esta imagem apareceu no tempo da catequese dos religiosos de S. Felipe Néri, que, lá, tinham um convento. Quando cheguei, em 1912, em Cimbres, ainda existiam os restos ou ruínas desse Convento, que depois passou a ser cadeia, porque Cimbres era, até 1895 ou 1870, sede do município. (Barbalho 1977: 32)"
Sítio da Guarda - Santuário de Nossa Senhora das Graças
A alguns poucos quilômetros de Cimbres, chegamos ao local da aparição de Nossa Senhora das Graças. Antes, porém, passamos por um pequeno povoado onde encontramos o nosso guia Jaílson que nos levou ao Sítio da Guarda.
Durante o passeio até o Sítio, o simpático e dedicado guia Jaílson, conhecedor da História da Região nos deu uma verdadeira aula sobre os acontecimentos relacionados à aparição da santa.
Sítio da Guarda - Local da aparição de Nossa Senhora
O local da aparição fica em uma rocha. Para chegar, devemos subir uma escadaria de vários degraus, após passar por algumas imagens de santos e um presépio em uma área onde se lê toda a "ave-maria".
Uma imagem da santa envolta em uma redoma de vidro e um altar fazem parte da área onde N. Sra. apareceu.
Tudo começou em 6 de agosto de 1936, quando duas meninas foram mandadas ao campo a fim de colher mamona. Uma chama-se Maria da Luz e a outra Maria da Conceição. Esta é de família pobre e conta 16 anos de idade, filha de um empregado do pai de Maria da Luz.
Após diversos questionamentos das autoridades religiosas da época, as investigações prosseguiram. O Pai de Maria da Luz, construiu o Santuário no Sítio e ela se tornou Irmã Adélia, passando por várias casas de congregação.

Na capela do Sítio, encontramos fotos de Maria da Luz, Maria da Conceição e do Padre Kehrle, além de muitos pagamentos de promessas e lembrancinhas à venda.

Talvez poucos em Pernambuco conheçam a História da Aparição de Nossa Senhora das Graças em Cimbres em razão de que somente em meados de 1985 a Irmã Adélia divulgou à Congregação os acontecimentos daquela época, que, até então era de conhecimento limitado.
Mais detalhes sobre a Aparição de Nossa Senhora em Cimbres podem ser lidos em: 
http://aparicoes.leiame.net/brasil/pesqueira.html
Nós com o pessoal da Secretaria de Turismo e com o Guia Jaílson, em Julho de 2015
Tivemos a sorte de encontrar o simpático pessoal da Secretaria de Turismo de Pesqueira que realizava um levantamento no local. Aproveitamos para registrar o encontro, bem como fizemos uma foto com o Guia Jaílson, o qual recomendamos para quem quiser visitar o local.
Pedra do Dinheiro
O Guia Jaílson fez questão de nos mostrar a Pedra do Dinheiro. Após uma breve caminhada do povoado, passando por uma bela paisagem verde de um sítio, chegamos ao local da rocha que fica sobre outra desafiando as leis da gravidade.
O caminho até a pedra é outra atração. A caminhada se dá a partir do povoado Papagaio.


Pontilhão Ferroviário, Ruínas da Estação e sede da Fazenda Ipanema.
Em várias regiões de Pernambuco, nos deparamos com essas magníficas e resistentes pontes ferroviárias que resistem firmes e fortes ao tempo, são os pontilhoes ferroviários da Great Western.
A Companhia Inglesa Great Western que por vários anos foi dona das ferrovias de Pernambuco trazia essas pontes diretamente da Inglaterra e, como se pode observar, tanto a base de sustentação como as barras de metal parafusadas nem de longe parecem ter mais de um século.
Detalhes da ferrovia; Capela de Ipanema.
O pequeno povoado de Ipanema era uma fazenda na época em que a ferrovia chegou na região, e, talvez por grande influência dos seus proprietários foi construída uma estação no local.
Infelizmente, a linha foi cortada, mas os trilhos permanecem no local.

Distrito do Mimoso, Estação Ferroviária e Igreja.
Depois de Ipanema, seguindo pela BR-232 no sentido Arcoverde, encontramos o Distrito de Mimoso, um belo povoado, com casas bem conservadas, uma bela Igreja e uma simpática Estação Ferroviária.
Casarão abandonado; Ponte ferroviária; Capelas em povoados de Pesqueira.

Pegamos uma estrada de terra a partir de Mimoso, paralela à BR-232, no sentido Arcoverde e encontramos uma das maiores, senão a maior ponte ferroviária de Pernambuco, próximo a um pequeno povoado, onde encontramos, ainda uma simpática capelinha.
Entradas de Pesqueira; Igreja do Colégio Santa Dorotéia; Igreja de N.Sra. da Conceição e Casa São Francisco.
As principais entradas de Pesqueira pela BR-232 têm representações dos símbolos do Município. Em uma, a imagem de Nossa Senhora das Graças remete à aparição da santa em Cimbres e na outra os Caiporas, marca do carnaval da cidade.
Os Caiporas, segundo as lendas, são assombrações que apareciam em cima das árvores, como tochas sobrenaturais e assustavam os caçadores e seus cães, pregando peças. Dizem que para "acalmar" os caiporas, eram colocados fumo e cachaça nos troncos das árvores. Atualmente, o caipora, figura do imaginário popular, é motivo de orgulho e alegria. É a principal marca do carnaval pesqueirense, se dão o tom da festa e nome ao reinado de Momo da cidade, conhecido como carnaval dos Caiporas.
Santuário Monte da Graça
O Santuário Monte da Graça fica no início do monte junto à cidade de Pesqueira. Pode ser visto de qualquer ponto da cidade, bem como da BR-232. Segundo populares, este Santuário foi construído em razão dos constantes conflitos indígenas nas proximidades de Cimbres e do Sítio da Guarda, onde aconteceu a aparição da Santa.
Santuário Monte da Graça

Do local, como pode-se ver, os visitantes têm uma vista privilegiada da cidade e de toda a região. A brisa é constante e a capela é linda. Também há um mirante e lojinhas de artesanato que remetem à religiosidade do local.
Um dos mais famosos e frequentados restaurantes da cidade, o Bar do Papa, fica quase em frente à entrada do Santuário. Abre todos os dias e as especialidades são o bode guizado e a buchada. Também tem uma filial na BR-232.

Castelo de Pesqueira

Pernambuco pode ser considerada a terra dos castelos no Brasil. Recife tem o Castelo de Ricardo Brennand, Garanhuns tem o Castelo de João Capão e Pesqueira também tem o seu castelo.
Trata-se de uma construção bem eclética e é semelhante a construções da Turquia e Rússia. Foram utilizadas peças pré-moldadas, correntes, espetos, etc. É muito visitado, mas poucas pessoas já tiveram o privilégio de entrar.

Igreja de N. Sra. das Graças; Antiga Fábrica Peixe; Rádio Jornal do Comércio; Academia das Cidades; e, Secretaria de Turismo.
Ficamos muito felizes em encontrar diversas construções de época bem conservadas. Igrejas, prédios públicos e a famosa Fábrica Peixe valem ótimas fotografias.
Prefeitura; Antiga Fábrica Rosa; Catedral de Santa Águeda ; e, Igreja Mãe dos Homens.
A quantidade de Igrejas na cidade representa a força da religiosidade em Pesqueira. As missas são diárias e nos finais de tarde sempre encontra-se alguém com um terço ou bíblia.
Outra boa surpresa foi a relativa limpeza no centro e nas principais ruas. Claro que sempre pode melhorar, mas dá vontade de voltar a uma cidade limpa, bem conservada e organizada.

Estação Ferroviária de Pesqueira.
Infelizmente, a Estação Ferroviária de Pesqueira, um dos principais atrativos da cidade, e porque não dizer, do Estado de Pernambuco, se encontra mal tratado.
A pintura desbotando, o mato crescendo e os trilhos soltos e tortos no pátio ferroviário. A caixa-d'água se encontra de pé, mas também necessita de maior cuidado. A casa do responsável pela estação fica próximo e, apesar do muro, ainda dá para ver a arquitetura característica da fachada.
O trem, que tanto trouxe progresso, com cargas e visitantes aos municípios de pernambuco, fica cada vez mais esquecido. Restaurar a linha entre essas cidades do interior do estado sairia mais barato que restaurar estradas para ônibus e caminhões.
Seminário de São José; Casarão abandonado; Praça; e, Estádio Municipal visto do Santuário.

Sem querer comparar ou deixar de lado as outras cidades, podemos dizer que Pesqueira foi melhor que a expectativa. É sempre bom se surpreender com uma cidade que visitamos. 
Normalmente dizemos que as cidades menores são as melhores para se morar, mas Pesqueira vale à pena de ser visitada e de ser adotada como segundo lar.
Ainda ficaram povoados e acreditamos que ainda existam algumas belezas naturais ainda desconhecidas a serem desbravadas no município. Quem sabe, não conheceremos no próximo ano?


Histórico de Pesqueira

A história de Pesqueira começa em fins de 1659 ou início de 1660 com a fundação de uma missão da Congregação do Oratório pelo padre João Duarte do Sacramento. Tal missão fora fundada junto à tribo cariri de nome Xukuru, que habitava a serra do Ororubá (ou Urubá, ou até Ararobá, como aparece nos registros mais antigos). O local foi batizado pelo padre de Monte Alegre, que depois se tornou Cimbres e fora elevada à categoria de vila em 3 de abril de 1762. Antes disso, segundo carta de sesmaria datada de 24 de janeiro de 1691, o lugar já era sede da Capitania de Ararobá e tinha como capitão-mor o sesmeiro Matias Sicio, que seria substituído ainda naquele mesmo ano por João de Oliveira Neves, segundo carta assinada por ele em agosto de 1691. Pelo menos até 1721, segundo documento de 4 de abril daquele ano, um manifesto em apoio a Antônio Vieira de Melo, Oliveira Neves, fazendeiro de Monte Alegre, ainda era capitã-mor de Ararobá.
Ao que parece, a dita capitania foi transferida para os Campos dos Garanhuns por volta de 1727 e não em 1700, como alguns apontam. A capitania voltaria para Monte Alegre em 1762, com a elevação da povoação à categoria de vila e sede de município.
A partir de 1800, uma fazenda começou a ser instalada ao pé da serra por Manoel José de Siqueira. A fazenda recebeu o nome de "Poço Pesqueiro" (ou "da Pesqueira", como também se encontra nos registros mais antigos) e começou a progredir com rapidez. Tanto que a 13 de maio de 1836, Poço Pesqueiro já era uma povoação vistosa e fora elevada a vila com o simplório nome de "Pesqueira". Junto com a elevação a vila, Pesqueira recebeu a sede do Município de Cimbres (que no alto da serra, já não era tão viável para assuntos políticos e o comércio). Depois disso a cidade progrediu como nenhum outro lugar do sertão, devido à instalação de fábricas de doces e beneficiamento de tomate. Em 1880 a vila foi elevada a cidade com o nome de "Santa Águeda de Pesqueira", que não vingou e recebeu o nome de "Pesqueira". A vila de Cimbres foi a ela anexada e, juntas, Cimbres e Pesqueira formaram o Município de Cimbres até 1913, quando "Pesqueira" passou definitivamente a ser o nome do Município, passando a antiga sede a mero distrito.
Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Alagoinha

Alagoinha é um município do agreste pernambucano, localizado a cerca de 225 km do Recife. O acesso se dá pela rodovia PE-217, que começa logo após as entradas da cidade de Pesqueira na BR-232.
Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição; Praça Barão do Rio Branco.
Quem chega a Alagoinha, passando por Pesqueira antes percebe a diferença do clima entre as duas cidades vizinhas e distantes poucos quilômetros. Logo ao entrar na PE-217 a aridez nas margens se evidencia.
A rodovia atravessa a cidade, e é sua Avenida Principal. Chegando ao centro, tudo o que se espera: A Igreja Matriz, a Prefeitura, as Praças, estabelecimentos comerciais e muitos imóveis com fachadas antigas e bem conservadas.
Clube Recreativo Alagoinhense; Capela da Mãe Rainha; Casario antigo.
Atravessamos a cidade de norte a sul e a tranquilidade do sábado demonstra ser um local tranquilo e aparentemente pacato.
Embora pequena, Alagoinha nos pareceu limpa e aconchegante.
Ginásio e Academia da Cidade.
Como em várias cidades pernambucanas, Alagoinha também possui a sua Academia da Cidade.

Histórico de Alagoinha



Em 1761, João Antunes Bezerra comprou a propriedade de Alagoinhas, que fazia parte da sesmaria doada pelo governo português, ainda no século XVII, através do então governador da capitania de Pernambuco, Fernão de Souza Coutinho, aos portugueses Bernardo Vieira, Antônio Pinto e Manuel Vieira.

Acompanhado de sua esposa e de dez escravos, João Antunes transferiu-se da localidade Tará (pertencente hoje ao Município de Venturosa), de onde era natural, para Tingui, na encosta sul do atual município de Alagoinha.

Em 1790 o irmão mais novo de João Antunes, Gonçalo Antunes Bezerra, conhecido boiadeiro da região, casa-se com moça de boa família da cidade de Vitória de Santo Antão, fixando residência ali por quatorze anos. Em 1804, por não se sentir bem de saúde, e com saudades do sertão, resolve mudar-se, e compra a propriedade do irmão que por se sentir velho e sem filhos deseja que Gonçalo passasse a residir perto dele.

De posse da vasta propriedade, Gonçalo Antunes Bezerra, grande boiadeiro, tangerino e poeta, empreende uma aventura bastante arraigada na tradição oral dos mais velhos: põe-se a cavalgar durante todo o dia rezando o "terço" e pedindo a Nossa senhora que o ilumine na escolha do local no qual levantará sua morada, às seis da tarde, hora do ângelus, hora da "Ave-Maria", tão cara ao sertanejo, para o seu cavalo como que guiado pela divina providência sobre um grande e aprazível lagedo (onde fica hoje a Igreja matriz), onde, de fato, construiu aquela que seria a primeira casa na localidade (existente até hoje), dando início assim à fundação do povoado que se tornaria mais tarde uma florescente vila.

Seus filhos, Gonçalo Antunes Bezerra Júnior e Antônio Fernandes Sampaio Leite casaram-se com Ana Bernarda e Inês Bernarda, de descendentes de tradicional família da Galiza, que havia migrado da Espanha para Pernambuco e se fixado em Vitória de Santo Antão ainda na primeira metade do século XVII: os Torres Galindo. Dessas duas noras do fundador da cidade e de mais um irmão, Capitão Antônio Joaquim Torres Galindo, que fixou-se na comunidade inscipiente após participar com galhardia dos acontecimentos que entrariam para a História como Revolução Praieira ou do Partido da Praia no ano de 1848 e nos que se seguiram, que originou-se o patronímico que se generalizou progressivamente nas sucessivas gerações de alagoinhenses, sobretudo no que se refere ao "Galindo". Hoje grande parte da população de Alagoinha é Galindo.

Em 1826, Gonçalo Antunes Bezerra toma a iniciativa de construir um altar numa das dependências de sua residência, destinado às orações dos seus familiares e vizinhos. Um padre celebrava ali a Santa Missa, celebrava batismos e casamentos. Com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Conceição (existente até hoje), padroeira da localidade, completa-se o desejo do proprietário, no sentido de ampliar o espírito religioso dos habitantes.

Em virtude do falecimento em 1833 de Gonçalo Antunes de Bezerra, seus filhos fizeram a doação do terreno em que estava fundada a povoação, a Nossa Senhora da Conceição, ficando tal terreno sob a administração da Igreja Católica.

Aumentando a população, em 1850 os habitantes da vila de Alagoinhas se empenharam na construção da sua primeira capela, fazendo-se nesse ano, apenas a capela-mor. Em 1859, organizaram Jacinto da Silva e seu filho, uma peregrinação com a imagem de Nossa Senhora ao alto sertão, a fim de, por essa maneira obterem os meios necessários entre os fazendeiros daquela região, para poderem terminar as obras da igreja. Regressando dessa visita, trouxeram cabras, ovelhas e dinheiro, permitindo em1863 que fosse concluída a primeira igreja da cidade. Nos primeiros anos a velha igreja teve à frente o operoso Frei João de Santa Secília, que ao morrer foi enterrado em frente à igreja.(Frei João é hoje o nome de uma das principais vias da cidade).

Em 1879 pela lei provincial nº 1408, de 12 de Maio de 1879 e por lei municipal nº 1, de 25 de Novembro de 1892, foi criado o distrito de Alagoinhas, subordinado ao município Cimbres.

Em 1908 houve um grande surto de Febre Amarela no então distrito. Boa parte da população de Alagoihas foi dizimada, sendo inclusive construído cemitérios exclusivos para as vítimas da epidemia. Ainda no início do século XX a velha igreja foi demolida para a construção da atual matriz de N. Senhora da Conceição, concluída em 1916, feita em regime de mutirão pelas mãos e doações dos próprios moradores.

Nos anos 30, Alagoinha já tinha uma das maiores feiras livres da região. O comércio propiciou a formação de uma pequena elite local e sua instrução acadêmica.
Nos anos 40 do século XX, a pequena elite da então Alagoinhas resolve "lutar" pela emancipação do distrito que contava com mais ou menos cinco mil habitantes e pertencia à cidade de Pesqueira, antiga Cimbres. Alagoinhas, já tinha eleito um prefeito da sede (Tenente Dorgival Galindo) e possuía grande efervescência comercial. Era o distrito mais importante de Pesqueira, possuía professores, bacharéis e diversas autoridades patenteadas pelo exército.

Um dos grandes nomes da emancipação de Alagoinha foi o comerciante Austriclínio Galindo (trineto de Gonçalo Antunes). Durante o processo de emancipação, o distritoAlagoinhas barrou em uma questão: já havia uma cidade de mesmo nome na Bahia, e por isso a futura cidade deveria mudar de nome, vários nomes foram propostos, porém uma sugestão de Luís Celso Galindo, fundador da vila do Alverne, propôs a supressão do s final do nome. A ideia foi aceita e em 31 de Dezembro de 1948, Alagoinha foi declarada município pela lei estadual n.º 420, de 31 de Dezembro de 1948, foi nomeado prefeito interino do novo município Austriclínio Galindo, sendo a notícia da emancipação declarada em praça pública, em plena tradicional festa natalina: "Alagoinha é cidade!" (Cléria Galindo, 1998)

O município foi instalado em 1 de Fevereiro de 1949. 


Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Chã Grande

Chã Grande é uma cidade que fica no limite da Zona da Mata com o Agreste pernambucano. Distante do Recife cerca de 82 km, o acesso à sede do Município se dá pela rodovia PE-071, ao norte a partir do Posto Rodoviário da BR-232, em Gravatá ou ao sul, vindo de Amaraji.
Logo na entrada da PE-071, no Posto da PRF próximo à Serra das Russas, há um bonito Portal de entrada do Município.
Portal na PE-071; Entrada de Chã Grande
O caminho até Chã Grande é repleto de muito verde, o que coloca o município na Zona da Mata, diferentemente de Gravatá, logo ao lado que já dá sinais de Agreste.
Na entrada da cidade, propriamente dita, há placas e letreiros no trevo de acesso, com o nome do município.
A cidade fica em um nível mais alto que a rodovia, por isso, as ladeiras dão boas vindas aos visitantes.
Rua Manoel Faustino de Queiroz e Igreja de São José
Um breve passeio pelo centro já faz perceber que se trata de uma cidade pequena, praticamente sem movimento em um domingo comum.de pouco movimento.
A rua principal possui um canteiro central,com jardineiras e banquinhos aconchegantes. Nela ainda se encontram a Prefeitura, a Praça da Biblia o Mercado Público e a Igreja de São José.
Mosteiro da Escuta do Senhor
O Mosteiro da Escuta do Senhor talvez seja o grande ponto turístico de Chã Grande. O acesso fica na PE-071, um pouco antes da entrada da cidade (para quem vem da BR-232).
Chegamos cedo ao Mosteiro e Assistimos à Missa dominical. Após, fizemos algumas fotografias do interior e dos arredores da capela.
O lugar é bem silencioso. O Mosteiro fica cercado por pinheiros e a paz que sentimos no local é única.
Mosteiro da Escuta do Senhor
No Mosteiro, bem como em todo o Município, o clima ameno, frio, úmido e agradável é atraente para o turista que busca sossego diante do stress cotidiano das grandes cidades. Quem tem casa em algum condomínio ou se hospeda no Hotel Highlander sempre fica com vontade de voltar mais e mais.

Histórico de Chã Grande

O povoamento de Chã Grande se deu entre os anos de 1875 e 1878, quando pessoas provenientes de outras cidades, principalmente da cidade de Vitória de Santo Antão, começaram a povoar as terras que futuramente formariam a vila por nome de Mumbucas, de propriedade de Joaquim Amaro.
A vila, que mais tarde passou a pertencer a José Machado, foi rebatizada, recebendo o nome de Chã das Palmeiras, por estar localizada em uma chã (terreno plano no alto de um morro) repleta de palmeiras. As palmeiras foram sendo dizimadas em face à povoação e a vila passa a ser conhecida por Chã Grande – nome atual – por estar localizada em uma chã consideravelmente grande.
O município foi instalado em 15 de março de 1964 e criado pela Lei Estadual nº 4961 em 20 de dezembro de 1963, sendo desmembrado da cidade de Gravatá.
Fonte: Wikipédia

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Poção

Poção é um Município da região Agreste de Pernambuco, conhecido pela renda renascença e pelas romarias ao Centro de Instrução Bíblica.
Fica distante cerca de 240 km do Recife e 28 km de Pesqueira, por onde se dá o seu principal acesso.
Saindo da BR-232, entrando no primeiro acesso a Pesqueira e depois no acesso a Poção, atravessamos a rodovia que segue até a cidade. No caminho, que não permite altas velocidades,podemos apreciar as belezas naturais que margeiam a estrada, com destaque a um trecho onde as árvores literalmente cobrem a rodovia, como se pode observar em uma das imagens abaixo.
Igreja de N. Sra. das Dores; Praça Monsenhor Estanislau.
Bem no centro da cidade, fica a imponente Igreja de Nossa Senhora das Dores. Infelizmente na nossa visita, se encontrava fechada, mas, populares nos repassaram as informações do Blog "Paróquia de Poção", que nos trouxe detalhes da bela Igreja: "Construção imponente de alvenaria de tijolo em calçada alta com planta retangular toda rebocada. Possui uma escada de acesso com 10 degraus. Seu frontispício é quadrangular com frontes triangular, encimado por uma pequena cruz de madeira.Tem duas torres sineiras, um pouco mais recuada da fachada. Cada torre tem um óculo e acima deste fica um belo campanário. A fachada principal tem três portas em madeira almofada e três portas de altura do coro,que possuem guarda-corpos em ferro trabalhado. Seu interior é de nave única,possui coro todo em cimento com guarda-corpos feitos em pequenas colunas em madeira. Logo na entrada, à esquerda fica a pia batismal,com imagem de S. João,protegida por porta de madeira. Mais à frente duas pequenas capelas laterais, possuindo belos altares com imagens. O altar-mor é em madeira bem trabalhada, tendo no centro a imagem de N. Sra. das Dores,ladeada por dois nichos com a imagem do Sagrado Coração de Jesus e São José."
A Igreja, bem como a Prefeitura Municipal ficam localizadas na Praça Monsenhor Estanislau. Embora possua poucas árvores, a praça é grande e aconchegante, possuindo um charmoso chafariz, bancos e outros locais para sentar e o busto.
Praça Monsenhor Estanislau e Entrada do Estádio Municipal.
Na Praça Monsenhor Estanislau, encontramos uma placa em pedra onde se lê: Poção, cavidade profunda onde os índios se abasteciam. Nome que originou o povoado, inaugurado em 07 de setembro de 1871. Segundo se sabe, a placa em questão fica sobre o referido poço.
Ao redor da praça, poucos imóveis conservam a arquitetura original dos séculos XIX e XX. Infelizmente, as cidades pernambucanas não detém políticas capazes de preservar a beleza e originalidade histórica de seus imóveis.
Poção possui um Estádio Municipal em homenagem a Malaquias Vieira.
Centro de Instrução Bíblica; Memorial Frei Henrique; Vista da Cidade.
Poção é uma das cidades pernambucanas onde o Turismo Religioso detém um grande fluxo de romeiros. Durante a semana santa eles visitam o Centro de Instrução Bíblica, onde, além da privilegiada localização e da arborização, se encontram várias esculturas religiosas e nichos representando as estações da Via Sacra, além do Cruzeiro.

Histórico do Cruzeiro de Poção:
O terreno do Cruzeiro foi comprado a Manuel Félix de Sousa, no dia 13 de maio de 1932, cujo valor foi de cem mil reis. No dia 31 de outubro do mesmo ano, uma sexta-feira por volta das 3 horas da tarde, a comunidade religiosa de Poção em procissão; e da cidade até o monte se conduzia uma cruz de madeira que fora colocada no Alto das Bem-Aventuranças. O vigário da freguesia era o franciscano Frei Estêvão e o bispo da diocese era Dom José de Oliveira Lopes, que ordenou a bênção da cruz pelos missionários Frei Bernardo e Frei Egídio. Em 1936 neste local é celebrada a primeira missa pelo Frei Eudorico. No ano de 1964, o primeiro delegado e subtenente de Poção, João Cordeiro, foi ao leste da cidade conduzindo o povo católico e pediu que se fizesse a limpeza em torno da cruz, logo após construiram uma estrada de acesso ao monte.
Fonte: Wikipédia
Grupo residencial Cruzeiro de Poção; Esculturas, Capela do povoado Gravatá; Centro da Renda Renascença.

As ruas próximas ao Centro de Instrução Bíblica fazem parte de um núcleo residencial denominado Grupo Residencial Cruzeiro de Poção. O interessante é que cada casa possui um nome relacionado a personagens da Bíblia e um nicho para abrigar uma imagem da Religião Católica.
Chamou atenção a imagem do Vaqueiro de joelhos em devoção à N.Sra. Infelizmente, a belíssima escultura não pôde ser fotografada devidamente em razão de ônibus escolares e/ou municipais, estacionados, impedirem a devida visão da mesma.

Estivemos em Poção em um Sábado. Chegamos por volta das 11 da manhã e não encontramos nenhum local aberto com renda renascença. Era dia de feira, não pudemos entrar em algumas ruas da cidade, de carro, no entanto, na entrada da cidade há uma espécie de centro de comércio de renascença, se encontra na última imagem acima, e o turista que vai até a cidade comprar, se não procurar muito pode sair decepcionado.

Histórico de Poção

As terras de Poção figuravam, em 1832, no espólio do capitão-mor Francisco Xavier Pais de Melo Barreto, que residiu na fazenda Poço dos Patos, no antigo termo de Cimbres, localizada à margem da atual estrada que liga Pesqueira a Poção. A fundação de Poção deu-se em 1871, pelo padre Monsenhor Estanislau Ferreira de Carvalho, ao erigir a capela de Nossa Senhora das Dores em terreno do patrimônio doado por Francisco José Bezerra, a quem coube a iniciativa de construir a primeira casa nas imediações de um grande poço, de onde adveio o nome da localidade – Poção. Pela Lei Provincial nº 1.230, de 24 de abril de 1876, foi classificado como distrito de paz, da comarca de Cimbres (hoje Pesqueira).
Em 4 de março de 1893, através de lei municipal, obteve as prerrogativas de distrito, entendido como unidade jurídica e administrativa do município autônomo de Cimbres, sediado em Pesqueira. A categoria de vila foi conferida a Poção, como às demais sedes de distritos da época, através da Lei Estadual nº 991, de 1º de julho de 1909. Em 1924, a atual cidade de Poção teve seu nome mudado para Sérgio Loreto, em homenagem ao então governador, que construiu a rodovia ligando a vila "acaiense" à sede municipal da época. Essa denominação permaneceu por seis anos, até que o governo instaurado com a revolução de 30 decidiu fazer retornar o nome anterior. Algumas tentativas houve no sentido de o nome Acaí substituir Poção, sem êxito, embora contasse com a simpatia da população local. O município de Poção foi criado em 29 de dezembro de 1953, desmembrado do de Pesqueira, tendo como sede a vila do mesmo nome, através da Lei Estadual nº 1.818, a mesma que criou a comarca. A instalação ocorreu em 22 de maio de 1954. O Decreto-Lei Estadual nº 61, de 5 de agosto de 1969, extinguiu a comarca de Poção, que passou a termo da comarca de Pesqueira.


Fonte: Prefeitura Municipal.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Cumaru

De Passira até Cumaru são pouco mais de 26 km. Seguindo pela rodovia PE-095 e dobrando à direita no entrocamento com a estrada de acesso à Cidade.
O trecho da PE-095 entre as duas cidades está ótimo (falamos de maio de 2015), mas o trecho de acesso à cidade merece cuidados, sobretudo à noite.
PE-095; Capelinha à beira da estrada; Rua; e, Igreja de Sta. Terezinha

A estrada até a cidade é agradável aos olhos, embora, reforcemos que merece bastante atenção. É uma das menores cidades que visitamos. Tem poucas ruas, é limpa e não parece ser muito movimentada, exceto por eventos religiosos ou motociclistas que se reúnem na região para fazer trilhas.
A Igreja de Santa Terezinha, possui arquitetura moderna, mas tem traços que lembram algo barroco e neoclássico. Talvez tenha passado por modificações ao longo dos anos.
Praça Virgínia Heráclio e Igreja de Sta. Terezinha; Mercado Público; Prefeitura e Hotel Municipal.

Cumaru nos pareceu bem administrada, o que significa que a cidade estava limpa e os prédios públicos, bem como os particulares estão relativamente bem conservados.
Curioso foi encontrar ao lado da Prefeitura um "Hotel Municipal". Seria uma iniciativa da administração pública de manter visitantes na cidade ou seria uma coincidência do nome e localização do Hotel? Talvez as duas coisas, mas o estabelecimento, contudo, não parecia estar em funcionamento.

Estádio Municipal, com o Mirante do Cristo Redentor ao fundo; e, Av. Osório Ferreira.
 O Estádio Municipal é bem modesto e fica na entrada da cidade. Do outro lado, fica o monte onde há um local denominado Mirante do Cristo Redentor.
Como se pode perceber, as ruas são pouco movimentadas, o silêncio aparentemente prevalece em fins de semana e feriados. As casas geminadas são características da época em que o lugar começou a tomar forma, mas poucas conservam características arquitetônicas originais, infelizmente.
Praça e Igreja de São Severino; Capela de São Francisco das Chagas; PE-097; e, Mercado Público de Ameixas.
Cerca de 19 km a sudoeste de Cumaru fica o Distrito de Ameixas. Local simples, limpo e tranquilo.
O destaque fica para a pracinha da Igrejinha, mas a descaracterização das fachadas das casas para algo de muito mau gosto, sobretudo pela troca da pintura por cerâmicas tira o que seria o charme do lugar.
Rua Principal de Ameixas e Açude Público de Ameixas.
Ameixas fica à beira da rodovia e, além do distrito sede de Cumaru, tem acesso para Riacho das Almas, pela PE-095, e Bezerros, através de PE-097, que passa por trás da Serra Negra.

Histórico de Cumaru

O nome do município tem origem na árvore Cumaru. O município foi emancipado através da lei estadual nº 4.986, datada de 20 de dezembro de 1963 (data em que se comemora seu aniversário), sendo instalado a 28 de junho de 1964. Sua denominação anterior era Malhadinha.

Além da sede, o Município possui o Distrito de Ameixas e os Povoados de Malhadinha, Umari, Poços, Pilões, Água Doce de Cima, Pedra Branca, Dendê, Pangauá, Riacho do Boi, Pau d’Arco, Cajá,, Água Salgada, Poço de pedra e Queimadas.
Fonte: Wikipédia

terça-feira, 21 de julho de 2015

Passira

Passira é conhecida em Pernambuco como a "Terra do Bordado". A cidade é cortada pela rodovia PE-095 e fica entre Limoeiro e Cumaru.
A rodovia que foi alvo de muitas reclamações nos últimos anos, está sendo recuperada e já está em bom estado em Passira.
Centro Cultural e Comercial do Bordado
Quem chega em Passira já dá de cara com o Centro Cultural e Comercial do Bordado. Uma espécie de galeria/mercado onde alguns comerciantes vendem um pouco do melhor bordado produzido no Município.
Nossa impressão foi de um grande vazio no local. Na nossa primeira vez no lugar era um Domingo e somente três lojinhas estavam abertas. Outras estavam fechadas e algumas vazias.
Futura Igreja Matriz; Casa Linda; Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição; e, Imagem na Praça da Matriz
Ao chegar ao centro da cidade, encontramos a nova Igreja Matriz sendo construída. Infelizmente, poucas casas mantém a fachada original, como a da imagem acima.
No entanto, é no centro da cidade que encontramos mais lojas de vendas de bordados. Em sua maioria produzidos e vendidos na própria residência das produtoras.
Bordados
Foi em uma dessas casas que compramos peças de muito bom gosto. A simpática Senhora que nos recebeu até se ofereceu para nos ensinar esse belo ofício. Na imagem acima estão algumas das peças produzidas na residência onde adquirimos os bordados.
Ainda demos uma volta rápida por algumas ruas de Passira, mas não encontramos mais nada para registrar.
De qualquer forma, só os bordados já compensam a viagem para lá.
Igrejinhas de Povoados
À beira da rodovia, no sentido Cumaru, entramos em dois minúsculos povoados onde tivemos a felicidade de registrar essas imagens das simpáticas capelinhas.

Histórico de Passira

Passira fazia parte do município de Limoeiro e era considerado distrito deste até o ano de 1963, quando foi elevada à categoria de cidade.
O início de seu povoamento deu-se pelo fato de ser área de transição entre a zona canavieira e a região agreste, ligando as áreas de criação de gado com as dos canaviais. Desta forma alguns núcleos populacionais começaram a surgir a partir do deslocamento dos rebanhos bovinos, sendo mais tarde reforçado pela expansão algodoeira no início do século XIX aos meados do século XX. Em 20 de Dezembro de 1963, a Lei Estadual nº. 4.981 criou o município de Passira, desmembrando-o de Limoeiro.
Passira está localizada na região do agreste setentrional de Pernambuco. O nome do município em tupi-guarani quer dizer "acordar suave". O município foi criado por lei estadual do ano de 1963. Sua população é de cerca de 30.000 habitantes, metade dela mora no campo. Conhecida em Pernambuco como a terra dos bordados, Passira é uma cidade com bons atrativos para os visitantes. A cidade é acolhedora e oferece passeios relaxantes no Mirante da Serra, na Cachoeira do Tancão e no Povoado da Pedra Tapada. A Igreja de São José e a Serra de Passira são outros atrativos turísticos.
A produção de bordados mobiliza grande parte da população, principalmente as mulheres, que são organizadas em cooperativas, distribuindo o produto para todo Brasil e até para o exterior. Nos últimos anos tem crescido a prática de esporte de aventura e do turismo rural, destacando-se: as trilhas de Motocross, os passeios ciclísticos e as cavalgadas. Outro potencial do município são as águas termais - atualmente está em construção um grande spa no município.
A cidade de Passira é cheia de histórias para contar, a maioria delas criada pelos índios que habitaram a região. O município ainda conserva inúmeras lendas, mantidas oralmente através dos tempos pelos moradores locais, a exemplo dos frutos encantados da Serra da Passira, uma solidificação rochosa com 800 metros de altitude.
A cultura popular em Passira é bastante rica. A brincadeira do Cavalo Marinho é uma das principais manifestações. Há também repentistas, emboladores, capoeira e os teatros de mamulengo, geralmente presentes em festas, como a de Nossa Senhora da Conceição e de São José. Nacionalmente destacam-se os artistas Moçinha e Duda da Passira. A gastronomia é caracterizada pela fava de coco, um prato que acompanha qualquer tipo de carne e o mais servido nos refeitórios da cidade. Também se destacam, o feijão verde, a galinha de capoeira e de cabidela (ao molho pardo), o cozido e o assado de cabrito, a carne de sol e outras receitas da culinária nordestina.
Passira também tem como atividade econômica de grande peso a pecuária mista, com certa predominância da pecuária de corte. Na agricultura o forte é o milho, sendo tradicionalmente um dos maiores produtores do Estado, assim como o feijão, algodão, tomate, pimentão, fava, banana e laranja. Destaque-se que nos últimos anos o grande crescimento das culturas irrigadas de hortaliças na região de Vertente Seca.

Fonte: Prefeitura de Passira

terça-feira, 30 de junho de 2015

Lagoa do Carro

Lagoa do Carro, a "Terra dos Tapetes", é um Município da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Fica a cerca de 61 km do Recife. Antes de chegar na cidade, passamos por Paudalho e Carpina, na BR 408. A cidade é relativamente pequena, mas está crescendo.
Ao chegar,procuramos logo a antiga Estação Ferroviária. A linha que seguia de Carpina até Bom Jardim foi desativada em meados dos anos 60 do Século XX, e não existem mais trilhos, mas a edificação, que atualmente é uma residência e ao que parece, um restaurante, está bem conservada.
Antiga Estação Ferroviária
O espaço do antigo pátio ferroviário e a localização da Estação poderiam ser melhor utilizados, como um espaço cultural, museu ou até mesmo um restaurante temático que mantivesse as lembranças da outrora época próspera das ferrovias em Pernambuco.
Observamos poucos imóveis com características originais de época, poucos mesmo. Mas a cidade nos pareceu limpa e organizada.
Em razão de ser dia de Feira Livre, o acesso ao centro ficou limitado, mas procuramos registrar imagens do que de mais interessante encontrávamos.
Praça Manoel Barbosa de Souza; Casa Verde próxima à antiga Estação.
Um dos locais interessantes é a Praça Manoel Barbosa. Nela se instalam os parques de diversões e é onde ocorrem alguns dos festejos da cidade. É limpa, espaçosa e possui belas Palmeiras Imperiais, além de uma charmosa fonte.
A Lagoa; Igreja de Santana
O curioso nome do Município originou-se devido um naufrágio, de um carro de boi carregado de tijolos, na Lagoa, Conta-se que após esse acontecimento o povo não dizia mais "vamos à Terra de Santana", mas sim à "Lagoa do Carro".
Parte da lagoa é urbanizada, mas só parte. Não é possível dar à volta nela, pois em grande parte as casas chegam até o seu leito. Uma pena.
No centro da Lagoa um Cristo Redentor de braços abertos aos moradores e visitantes, saúda a abundância de água ao seu redor.​
Museu da Cachaça
Além da produção de tapeçaria, Lagoa do Carro é famosa por abrigar a maior coleção de Cachaças do mundo, reconhecida no Guinnes Book, expostas no Museu da Cachaça.
Na rodovia, muitas placas sinalizam a localização do Museu. Fica a cerca de 1 km do centro de Lagoa do Carro, em um local conhecido como Chácara Girassol. Lá o visitante paga uma taxa de visitação, cerca de R$ 4,00, e tem um guia que conta um pouco da História da Coleção do Seu José Moisés de Moura.
Curiosamente, o Seu José não bebe e começou a colecionar porque achava os rótulos bonitos, o que de fato temos de concordar, há muitos rótulos bonitos e outros até engraçados.
O Museu possui um acervo de cachaças antigas, atuais, de Pernambuco e outros estados, e até do exterior.
Também há um espaço com elementos para fabricação de cachaça, doados pela Pitú, de Vitória de Santo. Antão. 
Vale a pena tirar uma foto com o Ébrio, com o Papudinho e na Barraca da Cabocla, bonecos que representam o "meio-ambiente" dos "pinguços".
A visita finaliza no Bar do Papudinho, onde o visitante pode degustar as mais diversas arcas de cachaça, sentado nos bancos que são celas usadas pelos vaqueiros. Também é possível adquirir algumas boas marcas de cachaça no local.

Histórico de Lagoa do Carro:

Os colonizadores da Capitania de Itamaracá, principalmente aqueles que fixaram residência no valor do Rio Tracunhaém, foram os primeiros a desenvolverem, as matas sombrias em busca de Rincões, para a agricultura de subsistências.​
Madeireiros seguia rio acima na mesma trilha em busca dos cobiçados sítios, naquela época a interiorização, as matas litorâneas foram sendo desmatadas, iam-se implantando nas matas e vales dos rios a atividades canavieira esquecera-se aos poucos o comércio do Pau-Brasil na época nem todo o colono dispunha de recursos para implantação de engenho daí surgi o pastoreio desenvolvendo-se ao lado da agricultura e da pecuária bem como o surgimento do vaqueiro, do caboclo, sobressaindo-se também a atividade madeireira necessários a confecção de caixa para o embarque de açúcar bruto feitos em nossos engenhos, devemos lembrar que os desbravadores destas paragens, foram os colonizadores da Capitania de Itamaracá que notadamente se fixaram as margens do Rio Tracunhaém nota-se ligeiramente que Lagoa do Carro teve sua ocupação oriunda dos rios Capibaribe e Tracunhaém, rota dos caminhos dos Desbravadores.
Acreditamos que até Lagoa do Carro, data de aproximadamente 1630, havia visto a invasão flamenga naquela época fato que contribuiu, para arrefecer o surto colonizador, que procurou outros sítios para cultivo, bem como negros que durante a invasão flamenga a capitania arribou para as ribeirinhas do Tracunhaém, formando a tribo panelas de formiga.
Em 1699 Lagoa do Carro estava englobada nas cincos léguas de terras, conhecidas como Matas do Brasil, comprada por Diego Coelho Romero, a Gregório de Matos Pereira, em 20 de março 1669.

Nos meados do século XVIII 1670, já existia o engenho Terra Vermelha, que ficava próximo a Oiteiro e também da Lagoa do Carro primeiro nome dado a nossa terra. Na época Lagoa do Carro era patrimônio do real Colégio Jesuíta de Olinda nele já existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Soledade.
Fonte: Prefeitura Municipal

domingo, 31 de maio de 2015

Paudalho

Paudalho fica a cerca de 44 km do centro do Recife e a 26 km distante da Itaipava Arena Pernambuco, na BR-408, que está em ótimas condições, neste ano de 2015, e é duplicada desde seu início na BR-232, no Bairro do Curado, em Recife, até a cidade de Carpina, no cruzamento com a rodovia PE-041.Paudalho é conhecida não só pelas suas olarias, fábricas de tijolos, mas sobretudo pelas romarias ao Engenho Ramos.
Estação Ferroviária de Paudalho e seus antigos armazéns.
Ao chegar na cidade procuramos pela Estação Ferroviária, recém restaurada pelo IPHAN e, como era de se esperar, a Estação, que atualmente abriga o Arquivo Público Municipal se encontra quase como nos anos de maior movimento da ferrovia.
Os antigos armazéns que serviam aos trens cargueiros não foram restaurados. O estado de ruínas é evidente, um destino triste a essas edificações históricas que poderiam ser aproveitadas para equipamentos turísticos, tendo em vista a área onde se encontram.
Largo da Estação Ferroviária e Igreja de Sta. Tereza D'Ávila; Casario antigo do centro.
O local onde se encontra a Estação Ferroviária, também é o local onde a cidade nasceu. A Igreja mais antiga de Paudalho, construída em homenagem a Santa Tereza D'Ávila não fica no centro da cidade. Talvez por isso, o silêncio que prevalece no local só deveria ser quebrado pelas antigas locomotivas das concessionárias da ferrovia.
O entorno tem bastante espaço. Em frente à Igreja há uma pracinha e algumas charmosas casinhas do lado contrário ao da Estação.
Por trás da Estação há alguns armazéns, que pela arquitetura é fácil perceber que faziam parte do pátio ferroviário. Uma pena não terem sido restaurados também.
Ponte de Itaíba
A ponte de Itaíba é outro monumento turístico do município. Foi construída sobre o Rio Capibaribe no século XIX e inaugurada pelo Imperador D. Pedro II. Atualmente, os veículos não podem mais atravessá-la, somente pedestres e motociclistas. Seu estado de conservação não é dos melhores. Pela imponência que já teve,merecia um melhor cuidado do poder público.
Do lado do rio que segue para a BR-408, há um espaço na margem junto à Av. Luís Maranhão, onde as pessoas podem contemplar o Capibaribe. Também há algumas construções antigas na mesma avenida.
Igreja Matriz do Espírito Santo
Conseguimos encontrar a Igreja Matriz do Espírito Santo aberta, então partimos para fotografar o seu interior. A Igreja data de 1750.
Em seu interior podemos perceber a passagem dos anos. As paredes e o piso guardam elementos seculares. Também observamos ossuários com restos mortais de famílias influentes e abastadas da época. As imagens e adornos vieram de fora.
Uma curiosidade: Como a capela de Santa Tereza D'Ávila, que se situa à margem esquerda do Rio Capibaribe era particular e atendia o senhor do Engenho Paudalho com seus escravos, os homens brancos e de posses, que residiam no povoado situado na margem direita, resolveram edificar a capela em honra ao Espírito Santo aberta a todos. 
Feira Livre; Rio Capibaribe; Praça Joaquim Nabuco e Igreja de N.Sra. do Rosário.
Partindo-se da Ponte de Itaíba, seguindo pela margem direita do Rio Capibaribe, sentido BR 408, observamos que a "Orla" se encontra de certa forma, "arrumadinha". Passamos pela Praça Herculano Bandeira, onde se encontra uma Academia das Cidades e pela Feira Livre Municipal que se encontra bem organizada.
Após a Feira, seguimos em direção à Praça Joaquim Nabuco, local onde existem vários imóveis preservados, incluindo a Igreja de N.Sra. do Rosário. A pracinha, as casas e a pouca movimentação no lugar dá ares de cidadezinha do interior, diferente do restante da cidade, bem movimentada.
Casa-Grande do Engenho Ramos; Casa da Ferrovia; Plataforma da Estação Ferroviária de S. Severino.
Paudalho recebe uma das maiores manifestações religiosas do Brasil. No Município, está o Santuário em homenagem a São Severino, mais precisamente na Capela de Nossa Senhora da Luz, conhecida como Igreja de São Severino, nas terras do antigo Engenho Ramos (desativado na década de 1920).
O local, que fica a cerca de 4 km do centro da cidade, recebe grande concentração de fiéis ao longo de todo o ano, sobretudo entre setembro e a Semana Santa, o santuário de São Severino do Ramos é procurado por fiéis que ali vêm fazer ou pagar promessas. Entretanto, é no Domingo de Ramos que se avoluma o número de romeiros. São milhares de visitantes vindos de diversas cidades do interior de Pernambuco e de outros Estados do Nordeste para venerar o santo tido como milagroso, cuja imagem é em tamanho natural e se encontra no interior da Capela. Diz-se que a imagem do Santo teria sido trazida da Europa, como presente de um sacerdote à antiga proprietária do Engenho Ramos.
Capela de N.Sra. da Luz; Fazenda; Santinhos.
Registramos nas imagens anteriores, a plataforma da Estação de Trem de São Severino. A existência de uma Estação, mesmo que pequena, no local deve-se à importância e ao fluxo de romeiros desde muito tempo atrás.
Ainda existem os demais prédios que compõem o "pátio ferroviário", a arquitetura dos mesmos, mesmo mal cuidados, resiste.
Da frente da Capela, dá para observar uma charmosa Casa-Grande e uma Capela, que ficam do outro lado do rio Capibaribe. No entanto, não obtivemos informações se é um antigo Engenho ou uma Fazenda.
Algumas barraquinhas com imagens coloridas de Santos Católicos ficam no entorno da Capela. Em épocas de romarias muitas outras se instalam no local.

Histórico de Paudalho

No final do século XVII, foi fundada pelos franciscanos um aldeiamento de índios, cerca de duas léguas do Rio Capibaribe.
Este aldeiamento foi denominado MIRITIBA. Palavra de origem da língua TUPI, que significa juncal ( Mbiri-tyba ). Nesse lugar nasceu o conhecido índio poty, o famoso Dom Felipe Camarão, que tornaria celebre na restauração Pernambucana. Nas terras da primitiva aldeia indigena, edificou-se o engenho que ficou conhecido pelo nome de Engenho Aldeia.
Na segunda metade do século XVIII diversos engenhos foram se instalando nos arredores como o Engenho Bom Sucesso, erguido a margem direita do Rio Capibaribe e a esquerda ergueu-se pelo português Joaquim Domingos Teles a capela Santa Tereza de Jesus a quem tinha como grande devoção.
Com a construção de um engenho de açúcar em 1627 passou a chamar-se Engenho Aldeia. Com o crescimento do povoado se fundou Paud’alho, em seguida Paudalho, por função de uma árvore que exalta odor semelhante ao alho, árvore secular a margem direita do Rio Capibaribe.
Ao norte: Tracunhaém
Ao leste: Abreu e Lima, Paulista
Ao Sul: Camaragibe, São Lourenço da Mata, Chã de alegria e Glória do Goitá
Ao oeste: Lagoa de Itaenga e Carpina
Fonte: Prefeitura Municipal